Uma das poesias mais linda que vi recentemente. Escrita por um grande autor norte-americando chamado Dylan Thomas: Não entres nessa noite escura com doçura.
Comenta-se que Bob Dylan pegou emprestado o seu nome a partir do nome desse poeta.
Apesar de algumas traduções variarem, creio ser essa a mais interessante. Embora eu discorde em alguns pontos. Por exemplo, "Rage, rage against the dying of the light." Ao invés de, como fez Ivan Junqueira, traduzir como "Odeia, odeia a luz cujo esplendor já não fulgura.", eu prefiro traduzir como "Lute, lute contra a morte da luz". O verbo "rage" é melhor traduzido como resistência ativa contra algo, como se se tratasse de um impulso, de um "ir contra algo", uma "raiva que consome e impulsiona a algo", o que não se coaduna com a idéia passiva de meramente odiar.
NÃO ENTRES NESSA NOITE ACOLHEDORA COM DOÇURA
Tradução: Ivan Junqueira
Não entres nessa noite acolhedora com doçura,
Pois a velhice deveria arder e delirar ao fim do dia;
Odeia, odeia a luz cujo esplendor já não fulgura.
Embora os sábios, ao morrer, saibam que a treva
[ lhes perdura,
Porque suas palavras não garfaram a centelha
[ esguia,
Eles não entram nessa noite acolhedora com doçura.
Os bons que, após o último aceno, choram pela
[ alvura
Com que seus frágeis atos bailariam numa verde
[ baía
Odeiam, odeiam a luz cujo esplendor já não fulgura.
Os loucos que abraçaram e louvaram o sol na etérea
[ altura
E aprendem, tarde demais, como o afligiram em sua
[ travessia
Não entram nessa noite acolhedora com doçura.
Os graves, em seu fim, ao ver com um olhar que os
[ transfigura
Quanto a retina cega, qual fugaz meteoro, se
[ alegraria,
Odeiam, odeiam a luz cujo esplendor já não fulgura.
E a ti,meu pai, te imploro agora, lá na cúpula
[ obscura,
Que me abençoes e maldigas com a tua lágrima
[ bravia.
Não entres nessa noite acolhedora com doçura,
Odeia, odeia a luz cujo esplendor já não fulgura.
DO NOT GO GENTLE INTO
THAT GOOD NIGHT
Do not go gentle into that good night,
Old age should burn and rave at close of day;
Rage, rage against the dying of the light.
Though wise men at their end know dark is right,
Because their words had forked no lightning they
Do not go gentle into that good night.
Good men, the last wave by, crying how bright
Their frail deeds might have danced in a green bay,
Rage, rage against the dying of the light.
Wild men who caught and sang the sun in flight,
And learn, too late, they grieved it on its way,
Do not go gentle into that good night.
Grave men, near death, who see with blinding sight
Blind eyes could blaze like meteors and be gay,
Rage, rage against the dying of the light.
And you, my father, there on the sad height,
Curse, bless, me now with your fierce tears, I pray.
Do not go gentle into that good night.
Rage, rage against the dying of the light.
Belo poema. Concordo parcialmente com seu comentário. A luz cujo esplendor já não fulgura, além da fonética agradável e da combinação para a rima, o tom um pouco mais rebuscado faz jus ao estilo de Dylan. A intenção do "rage" traz algo mais próximo a "rebelar", mas acho que não caberia. A ausência da palavra "morte" deixa a cargo apenas do segundo verso("Pois a velhice deveria arder e delirar ao fim do dia") a missão de fazer a ligação entre morte e escuridão - algo que pode acabar passando desapercebido pelos leitores menos atentos. Uma braço e parabéns pelo blog.
ResponderExcluirBoa idéia trocar o odiar por lutar. Em tempo, Dylan Thomas era galês
ResponderExcluir.
Fantásticos comentários....
ResponderExcluirCito apenas de Dylan nasceu no país de Gales, portanto, não era norte americano.
Fantástico.... Gostaria apenas acrescentar que Dylan não era norte americano, ele nasceu no país de Gales.
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